Retrato falado corporal: investigações em Goiás passam a ter contribuição de nova técnica de identificação de suspeitos

Profissionais goianos são treinados em ferramenta inovadora desenvolvida por peritos de Pernambuco

 

Retrato falado ganha auxílio de descrições corporais de suspeito | Foto: Polícia Civil de Pernambuco

Um trabalho recente veio para dar corpo e adicionar qualidade ao trabalho da polícia investigativa no Estado de Goiás. O retrato falado corporal é uma ferramenta que vem sendo utilizada há alguns anos em outros estados do Brasil e agora passa a ser realizada no Instituto de Identificação de Goiás.

“É um trabalho que nós aprendemos por meio de um treinamento, que fizemos com nosso perito papiloscopista Pedro Ivo, de Pernambuco. Ele ensinou como se faz, todas as práticas e mostrou casos também”, contou o datiloscopista e artista forense Bruno Costa.

O retrato falado corporal surgiu em 2013, em Pernambuco, onde foram desenvolvidas técnicas. “Nós conhecemos esse trabalho por meio do Congresso Nacional de Papiloscopia, de identificação humana, onde foi apresentado um material sobre isso. Em Pernambuco, houve vários casos em que a técnica ajudou na investigação”, informou Bruno.

Ferramenta que contribui

“Em Goiânia, realizamos o retrato facial há algum tempo, inclusive em casos de repercussão, onde ajudou investigações policiais. O corporal, além de dar detalhes faciais específicos, como tipo de cabelo, formato de rosto, tipo de olhos também vai contribuir muito com a questão do desenvolvimento do corpo, o tipo físico, a compleição”, explica.

“Se a pessoa era mais magra, mais forte, mais gorda, se tinha alguma característica, se usava acessórios específicos ou não, como era o formato do corpo. Juntando essas informações com a face, fica mais fácil uma visualização. Quando colocamos uma imagem no papel, em uma tela, tanto da face quanto do corpo vai ajudar na visualização”, disse.

Ele esclarece que o trabalho do retrato falado não é uma fotografia. “É apenas um instrumento, uma composição de imagens que pode ajudar muito na visualização, porque muitas vezes não temos uma referência, apenas a lembrança da vítima, o que ela viu e pode informar. A partir de técnicas, entrevistas cognitivas, que é o tipo de entrevista que usamos em testemunhas e vítimas, a gente consegue acessar a memória de uma forma que a testemunha ou vítima fale de maneira com maior qualidade e quantidade de informações de suma importância”, contou Bruno.

 

 

Fonte: Jornal Opção.