Inquérito conclui que tapeceiro foi agredido e baleado por PM em Goiânia sem mostrar reação; vídeo
Sílvio César da Costa Júnior, de 27 anos, está internado em estado gravíssimo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo)
A Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) apresentou, nesta segunda-feira (20), a conclusão do inquérito sobre o crime cometido pelo aluno soldado da Polícia Militar (PM-GO) Bruno Correia de Araújo, que, na madrugada do último dia 11 de agosto, perseguiu, agrediu e atirou contra a cabeça do tapeceiro Sílvio César da Costa Júnior, de 27 anos.
Em um posto de combustíveis no Parque Amazônia, em Goiânia, Sílvio bebia com a namorada e com amigos quando Bruno se aproximou do grupo, iniciou uma discussão e deu uma coronhada em um dos rapazes. Após todos correrem do local, o aluno soldado da PM foi atrás de um deles e atirou quatro vezes contra o homem, mas não conseguiu atingí-lo. Por fim, Bruno retornou ao estabelecimento e viu duas pessoas do grupo, sendo uma delas o tapeceiro. O militar, já um pouco distante do local, ordenou que os dois deitassem no chão, fez ofensas aos rapazes e, sem sofrer nenhuma resistência, disparou contra a cabeça de Sílvio. Imagens de câmeras de monitoramento registraram parte da ação.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, André Bottesini, do 13° Distrito Policial (DP) de Goiânia, Bruno, detido pouco após o ocorrido e mantido preso após audiência de custódia dois dias depois, será indiciado por dupla tentativa de homicídio qualificado e lesão corporal. Inicialmente, o policial militar havia afirmado que teria agido em legítima defesa.
O tapeceiro Sílvio César da Costa Júnior segue, desde a data do crime, internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Seu estado de saúde é considerado gravíssimo.
Outros casos
O aluno soldado da PM já havia sido preso anteriormente por outra briga em um bar. No início deste ano, ele foi detido por lesão corporal e chegou a ser enquadrado na Lei Maria da Penha.
Após a exposição do caso de Sílvio, outro homem procurou a Polícia Militar para denunciar Bruno. Segundo ele, enquanto cantava em um bar, foi abordado pelo militar que fez ameaças afirmando que, se ele não cantasse uma canção específica, seria baleado. O rapaz cantou a música e deixou o local em seguida, acionando a PM. Somente assim Bruno foi retirado do estabelecimento.
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