Júri dos acusados de matar o radialista Valério Luiz deve ser realizado após adiamento, em Goiânia

Por Vanessa Martins, g1 Goiás 

O julgamento dos cinco réus por matar o radialista Valério Luiz deve ser realizado nesta segunda-feira (2), em Goiânia. O júri foi adiado por duas vezes – uma por causa da pandemia da Covid-19 e outra após o então advogado do cartorário e vice-presidente do Conselho Administrativo do Atlético-GO Maurício Sampaio, acusado de encomendar o crime, desistir da defesa. O crime aconteceu há quase dez anos.

O júri deve acontecer pela 4ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, no Setor Oeste da capital. O julgamento será presidido pelo juiz Lourival Machado da Costa.

A sessão está agendada para começar às 8h30, mas não tem horário certo para terminar. As interrupções serão feitas para que os participantes façam as refeições e dependerão do magistrado, que levará em conta o andamento do julgamento. A previsão do TJ-GO é que o julgamento dure três dias.

  • Testemunhas: 30
  • Jurados: 7
  • Réus: 5

 

Valério Luiz foi morto a tiros no dia 5 de julho de 2012, na Rua C-38, no Setor Serrinha, em Goiânia. Ele estava dentro do próprio carro, saindo da rádio em que trabalhava, quando foi baleado por um motociclista que passou pelo local.

Investigação e denúncia

 

A Polícia Civil investigou o caso e, em 26 de fevereiro de 2013, indiciou por homicídio:

  • ex-vice-presidente do Atlético-GO e atual vice do conselho de administração do time, o cartorário Maurício Borges Sampaio;
  • Urbano de Carvalho Malta, funcionário de Sampaio;
  • policiais militares Ademá Figueiredo e Djalma da Silva;
  • açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier.

 

Em 27 de março do mesmo ano, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou os cinco pelo mesmo crime.

A defesa de Urbano, Ademá e Djalma afirmou que os clientes se declaram inocentes e que espera “que o debate seja leal e ocorra numa atmosfera serena e franca”. Já a defesa de Marcus Vinícius informou que não vai se pronunciar.

A defesa de Sampaio informou que “ficará mais uma vez demonstrado não haver sequer indícios que incriminem ou liguem o Sr. Maurício Sampaio ao crime”. No entanto, a equipe acredita que “o júri ainda poderá ser suspenso diante das ilegalidades procedimentais”.

g1 também solicitou posicionamento ao Atlético Clube Goianiense – devido o crime ter sido, segundo o MP, motivado por críticas ao time. Em nota, o clube informou que não vai se manifestar, neste momento, a respeito de assuntos fora da área desportiva. Sobre a morte de Valério Luiz, o Atlético-GO “reitera que não teve participação no acontecimento”.

Processo na Justiça

O caso chegou ao Tribunal de Justiça de Goiás e as audiências de instrução do processo começaram em 27 de maio também de 2013. À época, presididas pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Goiânia.

Já em 13 de agosto de 2014, o juiz Lourival Machado da Costa, da 14ª Vara Criminal de Goiânia, decidiu que os cinco iriam a júri popular.

As defesas dos acusados recorreram, mas, em abril de 2015, o colegiado que analisou o pedido manteve a decisão tomada em primeira instância.

Os recursos levaram o caso até o Supremo Tribunal Federal (STF). Após duas decisões contra os réus e uma a favor, em fevereiro de 2018 foi mantida a decisão de que todos iriam a júri popular.

Tribunal de Justiça de Goiás — Foto: Tribunal de Justiça de Goiás/Divulgação
Tribunal de Justiça de Goiás — Foto: Tribunal de Justiça de Goiás/Divulgação