Perita é indiciada por forjar o próprio atentado, em Caldas Novas.

Após investigações policiais, a perita criminal Kathia Mendes Magalhães, que atuava como Coordenadora da Unidade de Polícia Científica de Caldas Novas, foi indiciada nesta segunda-feira (18) por forjar atentado contra si própria com a ajuda de um servidor da prefeitura. Ela deve responder pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e porte de arma de fogo.

A perita foi atingida com um tiro no peito enquanto dirigia pela GO-213, a caminho de casa, no último dia 10 de março.

Na ocasião, a mulher foi encaminhada consciente a um hospital da cidade, onde passou por uma cirurgia. Ao receber alta, ela foi internada em uma unidade de tratamento psiquiátrico em Anápolis, a 55 km de Goiânia, onde a família dela mora. O g1 não tem informações se Káthia permanece em tratamento.

Inicialmente, Káthia Magalhães alegou ter sido vítima de um atentado. No entanto, horas depois de ser baleada, ela confessou ter armado o ataque.

Responsável pelo caso, o delegado Alex Miller afirmou que as investigações apontaram que Kátia armou o caso com a ajuda de um servidor da Prefeitura de Caldas Novas. Durante a investigação policial, a Justiça chegou a determinar:

• A quebra de sigilos telefônicos dos dois investigados;
• A suspensão do porte de armas e recolhimento das armas de fogo a perita e do servidor;
• A proibição dos investigados manterem contato entre si, com as testemunhas e demais peritos.

Nos autos, segundo a Polícia Civil, o que conta como justificativa para a tentativa de homicídio forjada, é que Kathia se sentia pressionada com o posto de Coordenadora da Unidade de Polícia Científica de Caldas Novas. O g1 solicitou uma nota sobre a conclusão das investigações à Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), mas a Polícia Científica afirmou entender que “a nota da Polícia Civil é suficiente, informando acerca dos pontos já esclarecidos, e de todo o trabalho de investigação já realizado. Não havendo mais o que somar.”

Com o fim do inquérito policial, Alex Miller admitiu que o resultado das investigações surpreendeu todos os agentes envolvidos, ao considerar a profissão e o cargo da servidora.

“De fato acreditávamos que fosse uma tentativa de homicídio, algo de forma planejada contra ela. Quando soubemos que ela planejou tudo isso, foi surpreendente para todos. Nunca tínhamos visto algo parecido”, ressaltou o delegado.

O delegado ainda explicou que, além do processo criminal, corre um processo administrativo na Secretaria de Segurança Pública (SSP), que pode acarretar na exoneração da servidora.

Alex Miller explicou que, além da possibilidade de perder o cargo, Kathia pode ser presa. Segundo ele, tudo depende da forma que o caso for conduzido judicialmente e da decisão do juiz.