Polícia apura fraude de R$ 50 milhões em tratamentos indevidos a pacientes em Goiânia
Investigação do Grupo Especial de Combate à Corrupção cumpre 19 mandados de busca
A Polícia Civil de Goiás, deflagrou na manhã desta quinta-feira (12) a Operação Mestátase, que apura uma fraude de mais R$ 50 milhões em pagamentos indevidos ao Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh) e até aplicação de quimioterapia em pacientes sem necessidade. Investigadores do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor) cumprem 19 mandados de busca e apreensão no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), na sede do Ingoh e em diferentes endereços de Goiânia.
A apuração teve início após auditoria interna do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) apontar as irregularidades. De acordo com a polícia, o grupo responsável pela fraude é composto por sócios e funcionários do Ingoh e antigos servidores da cúpula do Ipasgo.
Essa é a segunda ação envolvendo os dois institutos. Em julho deste ano, a Polícia Civil deflagrou a Operação Morfina, que apontou esquema um esquema de fraude no Ipasgo. Na época, o POPULAR publicou com exclusividade que salas do Ingoh haviam sido pagas sem necessidade.
A PC informou ainda que há indícios que a fraude foi praticada através da criação e utilização de auditor robô, responsável pela auditoria automática das contas do Ingoh, fato que culminava na ausência de glosas, que são faturamentos não recebidos ou recusados nas organizações de saúde, por problemas de comunicação entre clínicas e convênios.
Há indícios também de auditorias volumosas de contas do Ingoh foram efetivadas por auditores do Ipasgo que mantinham vínculo com o Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia, apontando assim conflito de interesses. Por fim a criação e utilização das empresas terceirizadas para a obtenção das auditorias fraudulentas com influência direta dos membros da antiga cúpula do Ipasgo sobre os sócios da empresa.
Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na sala do ex-diretor técnico do Hugo, Romeu Sussumu Kuabara. A ação conta com a participação de 160 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, e peritos criminais da Polícia Técnico-Científica. A operação é coordenada pelo delegado Luiz Gonzaga.
Em nota, o Ipasgo informa que apoia o andamento da Operação Metástase e que os primeiros indícios de fraudes e desvios apareceram em auditoria promovida pela atual gestão do Ipasgo, cujos dados foram reportados à Controladoria Geral do Estado.
O Ipasgo informa ainda que espera que todos os fatos relativos a tais denúncias sejam adequadamente apurados. A nova gestão do instituto esclarece que, desde o início do ano, atuou para fortalecer as medidas de transparência e o combate à corrupção.
O Inogh, também através de nota, manifestou total tranquilidade com a Operação Metástase e informou que colabora permanentemente com as investigações, tendo se posicionado junto ao rupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado de Goiás (Gaeco-GO), em documento formal, pela abertura de todos os documentos, sistemas e fontes de dados e informações do instituto e seus diretores para quaisquer busca de informações de interesse da investigação policial.
Fonte/Foto: Jornal O Popular.