Segurança particular termina em agressão no Jardim Atlântico

Advogado ficou com hematoma no olho depois de levar soco de vigilante. Confusão começou por conta de furto de cones de sinalização irregular.

Um advogado foi agredido por um vigilante privado na noite da última sextafeira depois de furtar dois cones de sinalização da rua Tritão, no Setor Jardim Atlântico, na Região Sul de Goiânia. Tanto a vítima como os moradores que contrataram o segurança procuraram a Polícia Civil para dar queixar sobre a agressão e o furto, respectivamente.

Os moradores da rua Tritão contrataram uma empresa de segurança privada há um mês, depois que um vizinho foi atropelado por assaltantes em seu próprio carro, durante um roubo em sua casa. O caso aconteceu em maio deste ano e foi amplamente divulgado pela mídia. Na época, reportagem do POPULAR mostrou a intenção da vizinhança de fechar a via e transformá-la em condomínio fechado.

Além do segurança que realiza rondas de moto no local, cones sinalizadores são colocados no meio da via durante a noite e finais de semana para diminuir a velocidade dos veículos que transitam na rua.

A colocação dos cones sem permissão da Prefeitura é considerada irregular e já vinha gerando discussões entre grupos de moradores. Na noite de sexta, o advogado, que prefere não se identificar, junto de outros três colegas, passou de carro na rua Tritão e furtou dois cones sinalizadores. Imagens de câmeras de segurança comprovam a ação.

Sobre uma moto, o vigilante responsável pela segurança da rua abordou o carro e desferiu dois golpes no rosto do advogado, que conta também ter sido chamado de “bandido”. O laudo de exame do corpo de delito comprova a agressão: Houve “ofensa à integridade corporal” por meio de instrumento “contundente”.

Com pouco mais de um ano no mercado, a empresa responsável pela segurança da rua Tritão, a Grupamento de Ação Tática (G.A.T), informou à reportagem que demitiu o vigilante envolvido na agressão assim que soube do ocorrido. “O vigilante errou, infelizmente. Ele poderia resolver em um diálogo”, disse o dono da empresa, Sergio Henrique Fernandes, que garantiu estar à disposição para tratar do assunto diretamente com o advogado agredido.

O advogado especialista em direito administrativo Juscimar Ribeiro, do conselho seccional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OABGO), explicou à reportagem que a segurança feita por uma organização privada é legal, desde que a empresa esteja regularizada, registrada na Polícia Federal e que seus funcionários tenham treinamento e capacitação de profissionais vigilantes.

Atuação de vigilantes informais divide bairro 

Não é a primeira vez que a atuação de vigilantes privados gera algum tipo de descontentamento entre moradores do bairro Jardim Atlântico, onde um advogado foi agredido por um segurança privado após furtar um cone de sinalização irregular.

Do lado oposto da Avenida Guarapari, que divide o bairro, cerca de dez quarteirões residenciais são vigiados por um grupo de seguranças informais coordenados por um policial militar, conhecido como Sargento Joselito. É o que conta o morador da área, o empresário Maruelder Pereira de Castro, de 42 anos, que defende a ação de vigilância por ter percebido a diminuição de roubos em residências.

Vestidos com coletes fosforescentes, esses seguranças informais não andam armados e são responsáveis por olhar a rua durante todo o dia e contactam a polícia quando veem atitudes suspeitas. Uma vez por mês, eles passam nas casas coletando contribuições que variam, segundo Maruelder, de entre R$ 30 e R$ 300, mas também podem ser substituídas por produtos, como alimentação para os seguranças, por exemplo. “Se falar que é coagido é mentira”, diz o empresário, que garante que o pagamento não é obrigatório, tanto que 30% dos moradores desses quarteirões monitorados não pagariam.

A reportagem tentou contato por celular com o Sargento Joselito, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

A delegada titular do 13º Distrito Policial, Magda Davila Candido de Souza, conta que já recebeu reclamações de moradores que categorizam essa vigilância informal como “milícia”, mas que nunca recebeu queixa de alguém que se disse vítima de extorsão, quando se é obrigado a pagar pelo serviço de segurança privado, por exemplo.

O advogado especialista em direito administrativo Juscimar Ribeiro explica que a vigilância privada informal, como descrita pelo empresário Maruelder, é ilegal. Ele acrescenta que, além de precisar de registro na Polícia Federal e capacitação dos funcionários, o segurança privado não pode fazer abordagens e realizar revistas pessoais, por exemplo.

Fonte: O popular

 

 

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