Caso Robertinho: Reconstituição de crime está marcada para esta segunda-feira (17). Roberto Campos da Silva, de 16 anos, foi morto por policiais militares, há 4 meses
Está marcada para a tarde desta segunda-feira (17), no Residencial Vale do Araguaia, em Goiânia, a reprodução simulada dos fatos que levaram a morte do estudante Roberto Campos da Silva, de 16 anos, depois de ser baleado por policiais militares, há 4 meses. O pai da vítima, o mecânico Roberto Lourenço da Silva, de 42 anos, que também foi ferido na ação da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO), deve participar da reconstituição.
Em abril, os soldados Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva desligaram o padrão de energia da casa onde o adolescente morava com a família, invadiram o local e balearam o mecânico com cinco tiros e seu filho com quatro.
Os policiais estavam sem farda ou identificação e atuavam no serviço de inteligência da PM. e atuavam no serviço de inteligência da PM. Apesar de ser o autor do pedido de reprodução simulada, o advogado dos soldados, Maurício de Melo Cardoso, vai pedir para a ação ser remarcada. “Vou fazer um pedido para a reconstituição ser no mesmo horário (do crime) para avaliar a questão da visualização”, diz o advogado. Além disso, um de seus clientes está de atestado médico. Na semana passada, os três soldados foram soltos pela Justiça para responderem ao processo em liberdade.
Eles foram presos em flagrante no dia do crime e tiveram a prisão preventiva decretada na audiência de custódia na mesma semana. Desde então, os policiais estavam no presídio militar. A decisão pela soltura, do juiz Sival Guerra Pires, revoltou familiares do adolescente, que era conhecido como Robertinho.
A mãe do estudante, a autônoma Sheyla Campos de Souza Santos, de 37 anos, organiza uma manifestação para ser feita por familiares na porta do local do crime durante a reconstituição. “Todo mundo muito contrariado. A gente fica um pouco com medo. Todo mundo ficou muito triste e revoltado com essa Justiça nossa”, lamenta Sheyla. Roberto Lourenço, o pai da vítima, ainda se recupera das cirurgias que fez por conta dos disparos que foi alvo.
Ele já voltou a trabalhar em sua oficina, mas ainda sente dor na barriga e tem dificuldade de agachar. No dia do crime, Lourenço usou uma arma que havia comprado depois da família ter sido assaltada. Ele conta que achou que os policiais fossem bandidos. A Polícia Civil chegou a conclusão que os soldados mudaram o local do crime ao recolherem cápsulas de armas de fogo.
Segundo texto da denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) o homicídio do adolescente e a lesão corporal em seu pai teriam sido, na verdade, uma tentativa de matar testemunhas da ação ilegal da PM. ação ilegal da PM. Em sua justificativa, o juiz que concedeu a soltura, diz que ainda não é possível “descartar a versão dos acusados”, que dizem ter agido em legítima defesa.
Apesar de estarem em liberdade, os soldados – que respondem por homicídio por motivo torpe, com recurso que dificultou defesa da vítima, para ocultar outro crime, além de tentativa de homicídio, abuso de autoridade e fraude processual – devem cumprir medidas cautelares, como a obrigação de comparecer ao juízo para justificar atividades mensalmente e a proibição de ter contato com vítimas, familiares e testemunhas.
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