Mortes em ação policial crescem 59% em Goiás
Cem pessoas morreram após intervenção policial entre janeiro e março deste ano em Goiás. No mesmo período de 2017 foram registrados 63 óbitos do tipo. Maioria ocorre na capital
A quantidade de mortes por intervenção policial no Estado aumentou consecutivamente nos últimos quatro anos e continua a apresentar tendência de crescimento em 2018. Entre janeiro e março deste ano, cem óbitos foram registrados em situações de suposto confronto com policiais civis ou militares. No mesmo período do ano passado foram 63. Ou seja, 37 a menos.
Para se ter uma noção, apenas no mês passado, 46 foram mortos após ação policial, número próximo ao total de óbitos do mesmo tipo de todo o ano de 2011 (Veja quadro). No último fim de semana de março, os confrontos deixaram o saldo de dez mortos em menos de 24 horas. Os casos aconteceram na capital, em Aparecida de Goiânia e Carmo do Rio Verde.
Na manhã de ontem, 25, foram mais três, desta vez no setor Garavelo B, em Goiânia. Uma testemunha ouvida pela reportagem conta que três jovens estavam na porta da casa de um deles e correram para dentro ao avistarem uma viatura. Segundo a PM-GO, eles manuseavam maconha no momento em que foram flagrados.
Suspeitos
Os policiais que estavam na viatura invadiram a casa e chamaram reforço. A testemunha conta que ouviu mais de 20 tiros assim que novos policiais adentraram no local. A PM-GO relata que os três jovens atiraram e houve revide. Foram apreendidos quatro tabletes pequenos de maconha e três revólveres. Os mortos seriam suspeitos de praticar assaltos na região, ainda segundo os policiais.
A maior parte das mortes por intervenção policial acontece em Goiânia. Dos 951 óbitos registrados entre 2011 e 2017, 42% foram na capital. Quem investiga esses casos é a Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH).
Desde fevereiro, quando houve mudança na gestão da Secretaria de Segurança Pública, as ocorrências registradas como confronto não são mais responsabilidade de um único delegado e passaram a ser distribuídas entre os oito cartórios da DIH.
Em nota, a Polícia Civil defende que com a mudança “evita-se qualquer argumento que possa questionar uma ‘personalização’ de investigações”. No mês de março, apenas seis inquéritos de casos de confronto foram concluídos e remetidos ao Judiciário, em fevereiro foram quatro e em janeiro três.
A reportagem ligou para o comandante-geral da PM-GO, coronel Silvio Vasconcelos, no início da noite desta quarta-feira (25). Ele disse que só poderá falar sobre o assunto nesta quinta-feira (26), após analisar os próprios dados de criminalidade.






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