Operação Solo Carta: DOT cumpre mandados de buscas em lojas da Rua 44
Empresários que atuavam no polo comercial e contadores são investigados por esquema de venda de notas fiscais. Suspeitos foram ouvidos e liberados
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), em parceria com a Secretaria da Economia e com apoio do GT3, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (9), a Operação Solo Carta, que teve como alvo empresários e contadores estabelecidos na região do polo comercial da Rua 44, em Goiânia. Na oportunidade, foram cumpridos 7 mandados de busca e apreensão em lojas e escritórios de contabilidade.
As investigações apontaram esquema para venda de notas fiscais inidôneas para comerciantes da região da 44. Ficou constatado ainda que a organização criminosa criava empresas “noteiras” em nome de “laranjas” para emissão de notas sem o devido pagamento dos tributos. Foram apreendidos computadores, notas fiscais inidôneas, celulares, certificados digitais e outros documentos que comprovam a prática dos delitos investigados.
Segundo levantamento da Secretaria da Economia, as fraudes causaram prejuízo de mais de R$ 13 milhões de reais, além da concorrência desleal e prejuízos as pessoas que tiveram seus nomes utilizados indevidamente. Os investigados responderão pelos crimes de sonegação tributária, uso de documento falso, associação criminosa e falsidade ideológica.
Pelo menos 18 pessoas foram identificadas por envolvimento em esquema de fraude na Região da Rua 44, em Goiânia, de acordo com a Polícia Civil (PC). Empresários que atuavam no polo comercial e contadores são investigados por sistema de venda de notas fiscais, que seriam fraudadas.
Os suspeitos foram ouvidos nesta quarta-feira (9), segundo a delegada Ana Cláudia Stoffel, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), e até o momento ninguém foi preso. “Vamos aguardar as apurações que estão sendo levantadas”, comentou. Os envolvidos poderão responder pelos crimes de sonegação tributária, associação criminosa e falsidade ideológica.
A delegada afirma que existe a suspeita que o número de envolvidos seja ainda maior. Para apurar a fundo os demais participantes que possam fazer parte do esquema, foi deflagrada nesta quarta-feira a operação Solo Carta, com apoio da Secretaria da Economia e do Grupo Tático 3 da Polícia Civil. Na oportunidade, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em lojas e escritórios de contabilidade.
Durante a ação foram levados computadores, notas fiscais falsificadas, celulares, certificados digitais e outros documentos supostamente usados na prática dos delitos investigados. “O próximo passo será analisar o material”, afirma a delegada.
A investigação, segundo Ana Cláudia, começou há cerca de seis meses, devido a algumas denúncias pontuais. “Foi verificado que a organização criminosa criava empresas ‘noteiras’ em nome de ‘laranjas’ para emissão de notas sem pagamento dos impostos”, explica.
A partir disso, identificaram que a prática ilegal ocorria há mais de um ano. “Algumas pessoas que tinham os nomes usados nas notas fiscais desconheciam o esquema, já outras eram compradas por um valor baixo, como por exemplo, alguns moradores de rua”, relata.
Os comerciantes não eram cadastrados na Região da 44, segundo a delegada, e dessa forma praticavam concorrência desleal. Além disso, a delegada destaca que os funcionários eram lesados já que não eram registrados e assim não tinham os diretos trabalhistas garantidos.
Para o presidente da Associação Empresarial da Região da Rua 44 (AER44), Jairo Gomes, operações como essa são fundamentais para garantir a prática legal do comércio local. “É uma região que cresce a cada dia e atrai muita gente, consequentemente a realidade é que fraudes infelizmente acontecem”, diz.
Fontes: Jornal O Popular e Polícia Civil do Estado de Goiás.