Para garantir vitória, base de Temer tira dois deputados de Goiás da CCJ
Favoráveis à denúncia contra o presidente, Delegado Waldir e João Campos foram retirados da comissão pelos partidos.
Como esperado, a sessão de leitura do relatório da denúncia contra Michel Temer (PMDB) acabou em tumulto. E não foi só pelo texto, de autoria do deputado federal Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que se declarou favorável à autorização da abertura de investigação contra o presidente.
Os partidos da base aliada manobraram, mais uma vez, e substituíram pelo menos 12 titulares da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). O objetivo, claro, era garantir que o colegiado rejeite o relatório.
Entre os parlamentares que foram trocados, estão dois representantes de Goiás: Delegado Waldir Soares (PR) e João Campos (PRB). Ambos foram informados nesta segunda-feira (10/7) e ficaram revoltados com a decisão — que é prerrogativa dos partidos.
“Me venderam, fui vendido. Nojentos. É barganha. Sabe o que é barganha para se manter no poder? Não me vendo por votos, não troco por cargos, não troco por emendas. Lixo de governo”, berrou o republicano.
O PR substituiu quatro dos cinco titulares que tem na CCJ: o próprio Delegado Waldir (GO), Jorginho Mello (SC), Marcelo Delaroli (RJ) e Paulo Freire (RJ). Apenas Edio Lopes (RR) permanece na comissão. No lugar, entram os deputados Magda Mofatto (GO), Bilac Pinto (MG), Laerte Bessa (DF) e Milton Monti (SP).
João Campos, por sua vez, enviou nota à imprensa lamentando a decisão de seu partido, o PRB: “Não há nada que possa ser feito em relação a isso , só resta a indignação dos deputados substituídos. João Campos lamenta ter sido privado de exercer seu papel como representante legal do povo.”
Presidente do colegiado, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), também lamentou a troca, mas disse que nada pode ser feito. “É uma prerrogativa dos partidos, que encaminham diretamente à Presidência da Câmara, e nada pode ser feito no âmbito da comissão. Eu inclusive tenho uma posição já conhecida sobre o assunto”, completou.
O relatório foi lido nesta segunda-feira (10) e está previsto para ser apreciado na semana que vem (provavelmente no dia 17). Até lá, se o governo entender que pode ser derrotado, novas trocas devem ser feitas.
Veja abaixo momento em que Delegado Waldir descobre que foi trocado:
Por Alexandre Parrode Edição 2191
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