Pesquisa averigua consciência ambiental de turistas do Araguaia e resultado decepciona

Levantamento da Federal goiana mostra que, no discurso, pessoas sabem que devem preservar meio ambiente, o que não ocorre na prática

Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgada nesta semana aponta um comportamento contraditório dos turistas que frequentam as praias do rio Araguaia nas féras de julho. O levantamento mostra que, no discurso, eles sabem que preservar o meio ambiente é importante, mas na prática, não cuidam do próprio lixo, deixam dejetos na água, produzem calor e poluição sonora.

A universidade averiguou a consciência ambiental e o comportamento de quem visitou Aruanã em 2013. O estudo também concluiu que os acampamentos de fim de semana são os mais problemáticos.

Coordenada pelo professor da Faculdade de Educação Física e Dança da UFG, Humberto Luís de Deus Inácio, a pesquisa questionou os visitantes sobre como eles cuidavam do meio ambiente e do lixo, se evitam fazer ruídos quando praticavam atividades na natureza, se priorizavam meios de transporte e produtos menos poluentes, entre outros.

As respostas analisadas acusaram consciência ambiental de média para alta. Em seguida, os pesquisadores observaram o comportamento dos turistas em três tipos de acampamentos para perceber se as declarações correspondiam com a prática.

Nos acampamentos promovidos por instituições como sindicatos, bancos e federações, em que existem regras de convívio, recipientes de depósito de lixo, coleta seletiva e horário estipulado para atividades, o comportamento ambiental se aproximou das declarações registradas nos questionários.

Nos acampamentos familiares, a diferença entre discurso e prática ficou diluída, uma vez que cada grupo reunido seguia uma dinâmica própria de convivência. O contraste maior, porém, se deu nos acampamentos de fim de semana, que recebem a maior parte dos turistas e onde estão os bares.

“As pessoas vão com as suas barracas, os seus equipamentos e se instalam onde querem. Há muita bebida e desorganização”, relatou o professor Humberto Luís de Deus Inácio.

A ausência do poder público foi uma questão que chamou a atenção dos pesquisadores. “A prefeitura recolhe o lixo das ilhas. Os barcos passam em pontos estratégicos e recolhem os sacos de lixo. Então o barco para, o gari joga o saco para dentro e vai embora. O que está espalhado fica na ilha, ninguém pega”, explicou o professor.

Os pesquisadores entendem como necessária a ampliação de programas e campanhas de Educação Ambiental antes e durante o período de férias. Também insistem em uma fiscalização maior, principalmente, nos acampamentos de fim de semana.

Fonte: Jornal Opção
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