Polícia quer autorização para investigar Jovair Arantes em esquema de fraude em concurso

Relatório aponta suposta ligação do deputado goiano com investigados na Operação Porta Fechada, que já indiciou 30 suspeitos.

Em relatório da Operação Porta Fechada, a Polícia Civil de Goiás afirma que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir autorização para investigar o deputado Jovair Arantes (PTB-GO). O parlamentar foi relator do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara. Jovair deu parecer favorável ao afastamento da petista, em 2016.

A Porta Fechada apurou ‘a fraude e a venda de vagas no concurso público para provimento do cargo de Delegado de Polícia Substituto do Estado de Goiás, executado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe – organização social) e pela Secretaria de Gestão e Planejamento do Estado de Goiás (SegPlan)’.

O delegados Rômulo Figueredo de Matos e André Augusto Bottesine Jorge indiciaram 30 investigados. Um deles é o médico Antônio Carlos da Silva Francisco, apontado pela operação como suposto vendedor de vaga, que já trabalhou no gabinete de Jovair Arantes. “Informamos que deixamos de investigar eventual participação do deputado federal Jovair Arantes na possível intermediação do candidato Fábio Júnior das Neves, por ser ocupante de cargo detentor de foro privilegiado. Não obstante, oficiaremos o Supremo Tribunal Federal solicitando autorização para instauração de inquérito policial visando o esclarecimento desse fato”, afirma a Polícia no relatório.

No relatório, os delegados citaram um episódio ocorrido em 14 de março deste ano. Segundo a Polícia, o candidato Fábio Junior das Neves, ‘logo após a prisão em flagrante delito de alguns candidatos, conversou com uma pessoa identificada apenas como Heber, a qual é assessor do deputado federal Jovair Arantes, oportunidade em que solicitou uma reunião com o parlamentar’. “Verificou-se, posteriormente, que o número utilizado pelo assessor Heber entrou em contato com o aliciador Antônio Carlos da Silva Francisco, o qual já trabalhou com esse deputado federal. Tal fato comprova a ligação indireta entre o aludido candidato e o aliciador Antônio Carlos, o que não foi investigado diante do envolvimento direto de um ocupante de cargo detentor de foro privilegiado.”

Durante a busca e apreensão na casa e no consultório do médico Antônio Carlos da Silva Francisco, a Polícia informou ter encontrado ‘uma folha de papel avulsa com diversos nomes e valores’. Um dos nomes era ‘Evangevaldo’, que, segundo o relatório, seria Evangevaldo Moreira dos Santos, ligado ao médico. “Evangevaldo está envolvido em fraudes no exame da OAB.

Do mesmo modo que Antônio Carlos, Evangevaldo também já trabalhou no gabinete do deputado federal Jovair Arantes e encontra- se ligado a diversos outros casos de corrupção, conforme demonstrado em relatório policial”, informa o relatório. “Destarte, suspeita-se que Evangevaldo aliciou algum dos candidatos beneficiados pelo esquema.” Outro nome identificado pela Polícia, na folha, foi ‘Rui Cruvinel’. Segundo a Operação Porta Fechada é o advogado Ruy Cruvinel, preso pela Polícia Federal, em 2006, ‘durante uma operação que estourou o cassino Palomino Club Diversões’.

Segundo a Polícia Civil, Ruy Cruvinel Neto ‘confirmou que Antônio Carlos da Silva Francisco lhe ofereceu duas vagas no concurso para o cargo de Delegado de Polícia do Estado de Goiás, mas verberou que recusou tal oferta’. “Ruy Cruvinel é filiado ao PTB e, assim como o médico Antônio Carlos, possui ligação com o deputado federal Jovair Arantes, posto que ambos são amigos na página social do Facebook, havendo suspeitas de que Ruy, do mesmo modo, aliciou algum dos candidatos beneficiados pelo esquema”, afirma a Polícia.

Com a palavra, Jovair:

Não tenho entre os meus assessores nenhum de nome Heber, assim como desconheço o outro citado, Fábio Júnior das Neves. Os fatos relatados no e-mail não são do meu conhecimento.

Esclareço ainda que Antônio Carlos da Silva Francisco, exerceu o cargo de secretário parlamentar na Câmara do qual foi exonerado há alguns anos por conduta incondizente com a função ocupada.

Pessoas públicas são demandadas e usadas por aquelas que queremexposição e projeção a qualquer custo, mostrar prestígio. Esse é o ônus que pagamos. Por fim, deixo claro que apoio às investigações e que os eventuais culpados sejam punidos.

Sem mais, Jovair Arantes Deputado Federal

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