Calamidades em presídios goianos estampam manchetes há mais de 35 anos

A situação dos presídios em Goiás estampa as capas do POPULAR há pelo menos 35 anos, sem muitas mudanças significativas nas causas das reivindicações que provocaram fugas, rebeliões e mortes até hoje.

Em 25 de janeiro de 1983, a manchete da edição trazia uma greve de fome realizada por 20 presos do antigo Cepaigo, que reclamavam da falta de assistência jurídica e médica e do “relacionamento desumano” entre funcionários e detentos. Uma rebelião com um morto e três feridos havia ocorrido um mês antes.

Já em 28 de dezembro de 1986, a manchete “Presos fazem quebra-quebra no Cepaigo” narrava a frustrada tentativa de fuga na unidade penitenciária. O motivo seria a entrada de policiais para revistar as celas. Em 10 de dezembro de 1998, a saída de presos do Cepaigo para cometerem os 10 maiores assaltos do ano em todo o Estado era revelada por um deles, Joaquim de Abreu Neiva, o Joaquim Falange. Ele teria participado da maioria dos assaltos.

Os dois casos citados acima são parecidos com fatos recentes registrados em Anápolis, onde, no começo do ano, foi registrada situação de atenção após revolta dos presos por causa de uma revista depois da rebelião do dia 1º de janeiro na Colônia Agroindustrial de Aparecida de Goiânia, que resultou na morte de nove presos. No ano passado, a Operação Regalia, prendeu agentes e ex-agentes prisionais que cobravam propina de detentos, que saíam da unidade para irem a agências bancárias, além de festas. Até mesmo um motel funcionava dentro do presídio.

Um ano depois, no dia 2 de novembro de 1999, a capa do POPULAR mostrava a segunda rebelião em menos de um mês na Casa de Prisão Provisória (CPP), quando cinco agentes penitenciários foram feitos reféns. No dia 4, a notícia era o acordo que encerrava a rebelião, com a promessa de transferência do líder, o sequestrador Osmar Martins, para um presídio em Campo Grande.

Outras reivindicações eram a agilidade no julgamento, melhoria da alimentação e o fim dos espancamentos que eles alegavam sofrer. Uma das medidas anunciadas na atual crise foi um mutirão para analisar a situação dos presos do Sistema Semiaberto que estão em Aparecida de Goiânia. O Semiaberto, aliás, esteve presente na edição de 9 de maior de 2000, quando o governo anunciou que reforçaria o policiamento após o POPULAR noticiar aumento de fugas na unidade. Confira ao lado alguma das capas que retrataram a situação dos presídios em Goiânia.

Fonte: https://www.opopular.com.br/editorias/cidade/calamidades-em-pres%C3%ADdios-goianos-estampam-manchetes-h%C3%A1-mais-de-35-anos-1.1438749

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