Secretaria alerta para risco de epidemia de Influenza A/H1N1
Secretaria Estadual de Saúde admite aumento preocupante do vírus H1N1 em Goiás e comitê de enfrentamento se reunirá com hospitais para avaliar disponibilização de leitos de UTIs
Após o aumento de casos graves em decorrência de vírus respiratórios em Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) admite que o estado é de alerta para epidemia de Influenza A/H1N1. Hoje, o Comitê de Enfrentamento à Influenza irá se reunir com hospitais que possuem convênio com a rede pública no fornecimento de vagas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com o objetivo de avaliar quantos leitos podem ficar à disposição para casos graves de Influenza.
Até o momento, já está definido que 30 leitos de enfermaria da Casa de Apoio do Condomínio Solidariedade e 15 vagas de UTI no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Huana) ficarão disponíveis para os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza. Como os pacientes precisam ficar isolados, as vagas ainda irão passar por uma adaptação e devem estar disponíveis em 15 dias.
A reunião de hoje do comitê, que tem participação da SES e de secretarias municipais de Saúde, irá justamente discutir com os prestadores de serviço quais leitos podem ser adaptados para auxiliar nos casos graves. A ação já vislumbra a possibilidade de epidemia no Estado. No total, Goiás possui 751 leitos de UTI, sendo que mais de 60% estão em Goiânia.
O Estado já registra 274 casos de SRAG, com 33 mortes. Em comparação com o mesmo período de 2017, houve um aumento de 16,6% dos casos. Já em relação aos primeiros três meses de 2016, que foi um ano de epidemia em Goiás, o aumento foi de 41%. Dos casos notificados, 50 foram por Influenza, sendo que em 44 houve o diagnóstico para H1N1. Até o momento, três mortes foram confirmadas pelo vírus, com dois pacientes de Trindade e um de Jaupaci. Houve ainda um óbito por H3N2.
A gerente de Vigilância Epidemiológica da SES-GO, Magna Maria de Carvalho, disse ontem que o aumento preocupa a SES. “Estamos em um estado de alerta. A partir daqui, podemos chegar em uma epidemia. Mas ainda não é o caso”, disse. Na segunda-feira, Magna havia informado que, com os dados do boletim epidemiológico disponíveis até então, a situação ainda não caracterizava epidemia. A gerente havia dito que poderia ser o caso de uma antecipação dos casos, e que poderiam não continuar crescendo na mesma velocidade. “Mas quanto mais atraso na vacina, maior as chances dos casos aumentarem”, pontuou.
Atraso
Isso porque o período de vacinação, que estava previsto pra início no dia 16, foi adiado para o dia 23. Por conta do atraso, o Ministério da Saúde descartou, por meio de ofício enviado a SES, a possibilidade de antecipação da vacina para Goiás.
Em reportagem publicada ontem no POPULAR, o Instituto Butantan, que produz as vacinas para a rede pública de todo o país, informou que já possui 5 milhões de doses prontas para distribuição, mas a falta de assinatura de um contrato do Ministério da Saúde impede a imunização. O ministério admitiu que no momento estão acontecendo os trâmites administrativos e que a população será imunizada entre abril e maio.
Tire suas dúvidas sobre a vacinação contra a gripe
Qual a diferença da gripe A para um resfriado comum?
A gripe é uma infecção respiratória causada pelos vírus da família Influenza e apresenta sintomas de febre, além da sensação de mal-estar muito intensa. Já o resfriado é causado por diversos vírus diferentes.
Qual a diferença entre os vírus H1N1 e H3N2?
A influenza A pode ter vários ramos, entre eles o H1N1 e o H3N2. O H1N1 sempre foi muito agressivo e o H3N2, anteriormente, não tinha tanta agressividade. Mas a cepa nova (de 2018) está mais agressiva do que anteriormente.
Os sintomas surgem quantos dias após a contaminação?
Em média, de três a cinco dias.
Quais os cuidados?
Se o paciente começar a apresentar sintomas, deve evitar a transmissão usando máscara e procurar imediatamente o atendimento de saúde. O uso de álcool em gel deve ser incentivado, além de evitar aglomeração.
Quais os grupos de risco?
Existem pessoas que têm um potencial de agravamento maior do que as outras pessoas, como maiores de 60 anos, com HIV, diabetes, obesidade, doenças respiratórias crônicas e com um estado imunológico baixo.
Qual a diferença da vacina tetravalente para a trivalente?
Na vacina trivalente você tem duas cepas influenza A e uma da influenza B. Na tetravalente há essas mesmas duas cepas (H1N1 e H3N2), e dois sorotipos da influenza B.
Quem tem doença autoimune pode tomar a vacina?
Sim. Só existe uma situação que a pessoa não deve tomar a vacina: se ela tem alergia a ovos, porque o processo de produção da vacina é feito em ovo engrenado e pode conter resíduos das proteínas do ovo.
A vacina da rede particular é a mesma da rede pública?
Na rede pública há apenas a vacina trivalente e na rede particular pode ter a trivalente e tetravalente.
A vacina pode ser tomada por pessoas que usam antialérgico?
Sim. Os antialérgicos não hormonais não geram nenhum problema. Entretanto, os antialérgicos hormonais podem reduzir a probabilidade de proteção.
Recém-nascidos podem vacinar?
Não. Até os seis meses de vida a vacina não garante nenhuma proteção. A mãe deve ser vacina tanto antes como depois da gravidez, tanto que as mulheres em pós-parto podem vacinar pela rede pública até 45 dias após o parto. A gestante pode vacinar desde do primeiro mês de gestação.
Fonte: Boaventura Bráz De Queiroz, médico infectologista
Fonte: O Popular
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